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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sou mantida por uma célula morta. Morri?
Vivo de prazer pelo extraordinário inventado. Eu adoro ver extraordinários inventados. Vivo não de mentiras. Mas a vida é o que? Reproduzir-se para nada? Deve a ver algum mistério. Mas não importa. Estou viva. Infelizmente?

Caminho sorrindo, sangrando por dentro.
é que o sangue dói menos.
dói menos ferir-me mais.
ou dói mais?

saio de mim.
volto.
perco-me por onde?
pelo nada?
então diante de tudo, o que eu sou?

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